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terça-feira, 27 de outubro de 2009

Partilha do 12° Intereclesial apresentada no Setor Pereira Barreto



As CEBs nascem no Brasil e em toda a América Latina e Caribe impulsionadas pelo espírito do Vaticano II. Em Medellín (1968), elas são reconhecidas como "primeiro e fundamental núcleo eclesial, que deve, em seu próprio nível, responsabilizar-se pela riqueza e expansão da fé, como também pelo culto que é sua expressão. É ela, portanto, célula inicial de estruturação eclesial e foco de evangelização e atualmente fator primordial de promoção humana e desenvolvimento" (Medellín, 15. Pastoral de Conjunto, número 10). As CEBs continuam buscando aliar fé e política; espiritualidade e compromisso social, sem perder de vista o caráter ecumênico e inter-religioso. 
O 12° Intereclesial e seus delegados

Este grande encontro das comunidades de Base, teve sua 1° edição, em 1975 e desde então, trabalha com temas que estão inseridos na realidade do seu povo. O Intereclesial de 2009, trabalhou com o tema: Ecologia e Missão, do Ventre da Terra, o Grito que vem da Amazônia. Mais de 270 dioceses de todo o Brasil, enviaram seus delegados, a arquidiocese de São Paulo enviou 50 delegados, destes 20 representantes da Região Brasilandia, dividida em sete setores (Cântaros, Freguesia do Ó, Jaraguá, Nova Esperança, Pereira Barreto, Perus e São José Operário). Os delegados fazem parte das pastorais sociais, emprestam seu tempo e talento para o desenvolvimento de atividades conjuntas, como dias de formação política e direitos humanos, Caminhadas pela Paz, visitas aos presídios, hospitais, encontros com indígenas, pessoas em situação de rua, celebrações que valorizam a pastoral afro, a 3° idade, encontros formativos nas áreas de saúde e ecologia, participam da Romaria da Terra e da Água e da Romaria a Pé. Para participar como delegado no Intereclesial, era necessário, portanto, ter envolvimento com as atividades sociais, alimentados pela Eucaristia e ter participado de encontros formativos estaduais. O Setor Pereira Barreto foi representado pela Karla Maria, da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Comunidade Mãe Rainha, membro da PASCOM Regional.


“Gente simples fazendo coisas pequenas, em lugares pouco importantes consegue mudanças extraordinárias, provérbio africano proferido por dom Moacyr Grechi, bispo de Porto Velho.
Embarcando...
A arquidiocese de São Paulo, com a ajuda de suas regiões episcopais, setores e Institutos Católicos, alugaram um ônibus para os delegados da Arquidioces, nele embarcaram também membros do CIMI - Conselho Indigenista Missionário. Foram três dias de viagem, oração e partilha.


Acolhida da Igreja de Porto Velho
O Regional Sul 1 da CNBB (estado de São Paulo) enviou 301 delegados para o Intereclesial e todos eles foram acolhidos pelas famílias da Paróquia Nossa Senhora do Amparo. “Nós, da Paróquia Nossa Senhora do Amparo, estamos felizes porque chegou a hora de abraçar todos vocês que "vêm em nome do Senhor", afirmou padre Eduardo Fabiano, o pároco e Marcelo, vigário.


O que vimos...
O Rio Madeira, a construção de barragens que trazem energia e expulsam os povos tradicionais: homens e mulheres que vivem do extrativismo e da pesca, indígenas de 38 etnias diferentes, irmãos que professam outras religiões, de todas as cores, caras e sorrisos. Em Porto Velho sentimos o sabor de seus pratos, o calor da Amazônia, do abraço, do acolhimento e do trabalho de mais de 2 mil voluntários envolvidos na Infra-estrutura do 12° Intereclesial, em equipes de liturgia, logística, criativa, comunicação, alimentação, saúde...




O trabalho...
Durante o Intereclesial os delegados foram divididos em rios e canoas. Os rios (12) eram mini-plenárias, espalhadas pela capital, onde se reuniam cerca de 250 pessoas, já as canoas, eram grupos destes rios que se dividiam, para facilitar os trabalhos de partilha e reflexão (grupos de até 20 pessoas). Nestes momentos, era possível conhecer pessoas e realidades muito diferentes da Igreja de São Paulo. Histórias desde Caxias do Sul (RS), Boa Vista (RR) até São Luís (MA), cada uma com um sotaque e experiência únicos.


A missão...
No 3° dia, os participantes partiram em missão entre as populações indígenas, comunidades afrodescendentes, ribeirinhas, extrativistas, assentamentos rurais, áreas de ocupação, bairros da periferia, hospitais, presídios, casas de recuperação de pessoas com dependência química, menores e pessoas com deficiências. Mais do que o ouvir, o contato, traz um comprometimento com a dor e com a luta dos que mais sofrem.

O diálogo Inter-religioso...
Líderes dos povos indígenas, dos cultos afro-brasileiros, de judeus, cristãos ortodoxos, católicos, evangélicos e mulçumanos. Juntos assumiram compromisso pela paz.





“Não é a natureza que precisa de nós, somos nós que precisamos dela”

Eva Kanoé, liderança indígena de RO.



O Intereclesial reforçou a necessidade de:
que cada um se responsabilize pelo futuro da humanidade cuidando do meio ambiente; leve o Cristo do altar para o dia-a-dia, articule fé e vida, respeite as diferenças étnicas, culturais, religiosas, acolha os mais vulneráveis da sociedade, que tem fome de pão e amor de Deus.


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