terça-feira, 13 de dezembro de 2011

CEBs querem ser presença no mundo contemporâneo

Assessores das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) dos regionais Sul e Sudeste da CNBB, se reuniram na capital, de 8 a 11, para refletir sobre “As CEBs frente aos desafios do mundo contemporâneo”.

Com assessoria de padre José Oscar Beozzo os participantes retomaram o papel das CEBs atribuído pelo Concílio Vaticano 2°, pela Conferência de Aparecida e pelo Magistério da Igreja no Brasil, como espaço privilegiado para a prática e o anúncio do Evangelho.

“As CEBs chegam onde ninguém chega, aos lugares mais pobres; elas nos recordam que nenhum gesto solidário morre na história... parafraseando dom Odilo [Scherer, arcebispo metropolitano], eu diria ‘Paróquia: torna-te CEBs” presença no mundo, junto aos pobres”, disse a O SÃO PAULO o assessor, padre Alfredo J. Gonçalves.
O encontro também reservou espaço para uma análise do atual momento financeiro do país e do mundo. “A crise econômica mundial mostrou as mentiras no neoliberalismo. Foram 18 trilhões de dólares para salvar os bancos”, apontou o sociólogo Ivo Lesbaupin. Para Célia Leme, das CEBs da Arquidiocese o seminário foi espaço para conhecer a realidade das CEBs dos outros regionais. “A troca de experiências é muito positiva, destaco também a qualidade das assessorias, isso ajuda a iluminar aquilo que vivemos na base”.

Foto de Luciney Martins
Publicada na edição 2880 de O SÃO PAULO

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Padre Aécio celebra jubileu sacerdotal

Padre José Aécio Cordeiro

Lideranças de pastorais, movimentos, reeducandos, colegas padres e bispos homenagearam o jubilando

“Padre Aécio: profeta do Reino, homem do povo, amigo dos pobres”, assim trazia o banner em homenagem ao padre José Aécio Cordeiro, dia 2, na Paróquia São José, para celebrar seus 25 anos de sacerdócio. A celebração foi presidida pelo jubilando e concelebrada por dom Angélico Sândalo Bernadino, bispo emérito da Diocese de Blumenau (SC), por dom Milton Kenan Junior, bispo regional, padre Konrad Körner, padre Neil Charles Crombie e outros cerca de 10 padres amigos de formação e vida pastoral.

Marcada pela simplicidade e pela emoção, a missa foi preparada pela Comissão Regional das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e destacou a atuação do padre na periferia da Brasilândia, junto às CEBs, na Pastoral Carcerária, na luta com o movimento dos Queixadas, no Sindicato dos Bancários, contra a instalação de aterro sanitário em Perus, nas comunidades e paróquias pelas quais passou. No presbitério, as imagens de São José e Nossa Senhora Aparecida eram acompanhadas por cactos; a bandeira da Legião de Maria apontava o início da trajetória na Paróquia de Cruz das Almas; a foto da avó, Maria Cordeiro, o exemplo; o banner da Pastoral Carcerária trazia a imagem do ‘pai’, padre Antonio Macedo. Tudo simbólico e tudo simples, como a vida do pernambucano, que chegou a São Paulo em 1965, ordenado diácono em 21 de março de 1986 e sacerdote em 7 de dezembro do mesmo ano.

Filho de Lázaro e Marili, um dos dez filhos, aos 53 anos, e ainda calçando as sandálias de romeiro, padre Aécio, politizado, presente nas lutas sociais e referência de cidadania para algumas gerações, já foi vítima da truculenta polícia militar paulista em 1979, sendo gravemente ferido por assumir posições na defesa dos direitos humanos. “Padre Aécio foi profeta, lutou conosco por moradia, educação, por saúde, foi perseguido e ameaçado de morte, e até torturado”, lembrava uma das mulheres na oração dos fiéis. Outra mulher destacou “o Aécio faz com que a gente tenha os pés no chão, construa uma maturidade política. Muitas vezes, eu pensei em desistir de estudar na graduação, na pós, mas ele sempre estava lá ‘não desista, você é capaz e precisa estudar’. Se hoje eu sou a profissional e a cidadã, que eu sou, eu devo isso a ele”, disse Massilene Almeida Leite.

Para o cônego Antonio Manzatto, professor de teologia da PUC-SP, padre Aécio “sempre está junto com o povo, e trabalha por uma Igreja popular, não-elitista, que acredita na união da força dos pequenos”. Sebastião Silva de Souza, liderança dos Queixadas, confirma essa presença. “O Aécio dá às pessoas, o sentido da importância de que Igreja não é o prédio, mas sim, cada um de nós, inseridos na luta do povo pobre”. Toda a militância vê-se, é alimentada pelo Evangelho, lembra padre José Renato Ferreira, que fez parte desses 25 anos. “O Aécio é muito sério nos seus compromissos sacerdotais, no seu compromisso de aliança com o povo pobre, com uma permanente revisão pastoral e de fidelidade ao Evangelho”.

A celebração terminou com a fala de José Domingos da Cruz, que depois de cumprir 14 anos de pena, no sistema prisional, encontrou no padre Aécio forças para recomeçar. “Se estou aqui hoje, com dignidade, devo ao padre Aécio, à Pastoral Carcerária, que acreditou em mim, que me fortaleceu”. Os bispos também registraram: “O Aécio é um homem coerente com a sua palavra, saiba que você é precioso para a Região Episcopal Brasilândia, muito obrigado, que Deus o abençoe e o conserve com a sua coerência e sua luta pelo povo”, afirmou dom Milton. Dom Angélico foi categórico “padre Aécio é missionário de Jesus na construção do Reino de Deus feito de justiça, amor e paz”.

Rodoanel Trecho Norte
O Fórum Regional sobre o Rodoanel esteve reunido na terça-feira, 29 de novembro, na Paróquia Santos Apóstolos, para manter as mobilizações contra o traçado da via. Os integrantes do fórum, com o apoio de dom Milton Kenan Junior, solicitarão, novamente, uma reunião com o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, para tratar da questão. Está sendo elaborada uma cartilha para conscientizar as comunidades sobre os impactos ambientais, pastorais e sociais

Publicado na edição n° 2879 de O SÃO PAULO

quarta-feira, 22 de junho de 2011

CEBs da Arquidiocese de SP estudam Ofício Divino

celebração do Ofício, na Capela das Irmãs Paulinas, zona sul de SP
“Precisamos reaprender a rezar comunitariamente”, afirmou padre José Renato, assessor das Comunidades Eclesiais de Base da Arquidiocese de São Paulo, durante tarde de estudos, no dia 18, sobre o Ofício Divino, na zona sul da capital, que reuniu cerca de 90 pessoas. Os participantes, membros das CEBs da Arquidiocese e da Grande São Paulo, contaram com a assessoria da Rede Celebra. “Quando rezamos o ofício encarnamos a dor e a ressurreição de Cristo. Hoje vivemos um momento caótico na Igreja, há muitos, caminhos, confusões e tendências que surgem, e às vezes destoam um pouco da liturgia oficial da Igreja, o que dificulta a unidade”, disse a religiosa franciscana Idê Maria da Cunha.

Idê apontou também que o ritualismo, diferentemente do ritual, muitas vezes tira a alma da celebração, dando muito mais um aspecto formal, de evento à celebração, do que de oração ao momento que deveria ser de “fé em mutirão”. “No Ofício Divino exercitamos o sentar em torno da Palavra e traduzir o cotidiano. As primeiras comunidades faziam isso com muita simplicidade, busquem em Atos dos Apóstolos e verão”, disse a religiosa.

Em artigo publicado no site da Rede Celebra, Penha Carpanedo, diretora da Revista de Liturgia definiu que “o Ofício Divino se esforça por manter uma liturgia fiel à tradição, mas com o rosto de nossas raças, sendo uma herança que abraça a tradição antiga da igreja e a espiritualidade latino-americana. É uma fonte onde beberam Jesus e as primeiras comunidades cristãs, e onde buscam água ainda hoje muitas pessoas que gostam de orar com salmos à luz da Páscoa de Jesus: as CEBs do campo e da cidade, as pastorais da juventude, o povo da rua, os círculos bíblicos, os grupos de novena do natal...”.

O Ofício Divino é a liturgia das horas, com uma linguagem mais popular. Nela, os celebrantes fazem memória da Páscoa nas horas do dia, especialmente manhã, tarde e noite, sendo que cada hora está articulada com o tempo litúrgico. O silêncio, a oração pessoal, a memória de situações do cotidiano, a partilha da Palavra, o canto dos salmos e hinos são características do Ofício Divino, que se somam à ambientação. Na celebração do Ofício Divino, diferentemente da maioria dos templos, as pessoas estão sentadas em torno da mesa do altar, em círculos, permitindo que haja o contato do olhar, onde todos são iguais, apontou Ide.

A tarde das CEBs sobre o Ofício Divino é a efetivação de uma das propostas do 1º Congresso de Leigos, realizado na Arquidiocese de São Paulo, durante todo o ano de 2010. Para Marlene de Souza, da Paróquia Santa Rosa de Lima, em Perdizes, a formação “esclareceu muitas dúvidas, acrescentou e conscientizou da importância de rezar em comunidades”.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Lideranças das CEBs de SP repudiam execução de defensores da Amazônia

Foto: Luciney Martins / Colegiada das CEBs - Sul 1 da CNBB
Durante Colegiada em SP, lideranças das CEBs de todo o Estado planejam atividades e refletem sobre desafios a serem enfrentados

Karla Maria
jornal O SÃO PAULO


Nos dias 28 e 29, a Comunidade Moisés Libertador, na região Episcopal Belém acolheu representantes das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), dos oito sub-regionais que compõem o Regional Sul 1 para sua colegiada.
As lideranças contaram com a assessoria de dom Angélico Sândalo Bernadino que fez uma análise da atual conjuntura eclesial, apontando as CEBs como uma forma privilegiada de se viver a Igreja como comunidade. Apontando a necessidade de as lideranças persistirem nesse modelo de Igreja, que está atenta à realidade de seu povo e disposta a se organizar para conquistar a dignidade dos mais excluídos.
“As nossas identidades e missão se encontram e dão-se as mãos às causas do movimento popular, porque são as causas dos pobres, marginalizados, é a causa do reino de Deus”, disse Sérgio Coutinho, assessor do Setor CEBs da CNBB. Por isso, a manifestação das CEBs diante dos assassinatos ocorridos em Nova Ipixuna, no Pará. “Para nós a morte de uma liderança é uma tristeza enorme, defensores da natureza, da vida, foram assassinados covardemente, por essa direita que insiste em querer o Brasil para meia dúzia. Os nossos governantes não conseguem garantir a dignidade das nossas lideranças que estão ameaçadas de morte”, disse padre Severino Leite Diniz, da Diocese de Lins.
A vivacidade das CEBs está registrada em documentos da Igreja, como o de Aparecida, em 2007 - capítulo 5, números 178,179 e 180, e no Documento 92 da CNBB: “Mensagem ao Povo de Deus sobre as CEBs”, resultado do 12° Intereclesial das CEBs, realizado em julho de 2009, quando reuniu mais de 3 mil coordenadores de CEBs.
Segundo Sérgio Coutinho, as CEBs entrarão nas novas Diretrizes da Ação Evangelizadora no Brasil (2011 e 2015), que apontam cinco urgências: Igreja em Estado permanente de missão; Igreja casa da iniciação à vida cristã; lugar de animação bíblica e da vida pastoral; Igreja comunidade de comunidades; Igreja a serviço da vida plena. O assessor apontou ainda a necessidade das CEBs se atentarem à juventude. “Como atrair mais jovens e nos aproximarmos mais deles, em suas diversas realidades (campo, cidade, periferia...)? Essa deve ser também a nossa preocupação”, disse Sérgio.
Outro ponto discutido durante a assembleia foi a diminuição de vocações surgidas nas CEBs. Para Liz Marques, da coordenação estadual e membro da Comunidade Moisés Libertador afirmou que os padres precisam estar mais próximos da realidade do povo, como a que vive em sua comunidade com padre Omir Oliveira. Para ele, “as CEBs e a Moisés Libertador de modo especial, é uma comunidade que tem esse compromisso com a vida, é uma comunidade de pé no chão. As CEBs vêm do povo a partir de uma proposta evangélica, é um jeito todo próprio”, disse o padre avaliando que após ter acolhido a colegiada, à Moisés Libertador fica a certeza de que a CEB não está morrendo como tantos estão falando, pelo contrário, está bem viva”.

sábado, 28 de maio de 2011

Setor Pereira Barreto define eixos de formação para 2° semestre

Lideranças das CEBs e Grupos de Rua do Setor Pereira Barreto se reuniram nesta manhã, dia 28, na Cohab de Taipas, periferia de São Paulo, para partilhar e organizar as atividades das comunidades para o 2° semestre. Definiu-se que serão realizadas formações em três eixos: Formação Litúrgica, Política e Meio Ambiente.

A primeira fase da formação acontecerá em conjunto com toda a Região Brasilândia e Arquidiocese de São Paulo, com a tarde de formação sobre o Ofício Divino para A quem se destina: ministros da Palavra, músicos, cantores e salmistas das comunidades, interessados e Equipes de CEBs das Regiões.


Serviço:
Dia: 18 de junho, das 13h às 16 horas
Assessores: REDE CELEBRA
Local: Auditório Paulo Apóstolo, Rua Dona Inácia Uchoa, nº 62 – bloco A
Vila Mariana – Próximo da Estação Vila Mariana

sábado, 11 de dezembro de 2010

Juventude inova na evangelização

Por Karla Maria Souza
repórter do jornal O São Paulo

“Da Comunidade Virtual para a Concreta Comunidade de Jesus, a experiência das CEBs”, este foi o tema do 5° Retiro de Jovens das CEBs, promovido pela comissão regional no último dia 5, na Comunidade Sagrada Família, em Perus.

A assessoria ficou a cargo do padre Antônio Manzatto, doutor em teologia pela Universidade de Lovaina, Bélgica, que destacou a importância da comunidade como espaço onde as pessoas constroem laços, se relacionam e se colocam no lugar do próximo. Manzatto lembrou que a exemplo das CEBs, os jovens devem aliar fé e vida, com uma presença viva nas comunidades, em especial nas comunidades virtuais.

Os cerca de 70 jovens foram divididos em grupos que levavam os nomes de missionários protagonistas na luta por igualdade, justiça e vida, como Zilda Arns e Pedro Yamaguchi. “A juventude atual está sempre sonhando, muitas vezes apenas com objetivos materiais. Nós, jovens da Brasilândia, temos uma missão: conquistar nossos sonhos. Queremos seguir o exemplo de Pedro, que transformou seus sonhos em realidade”, concluiu a apresentação do grupo que levava o nome do missionário, Pedro.

O jeito CEBs de ser Igreja trouxe à juventude a preocupação com o mais pobre, aliou fé e vida, e a partir dessa Igreja, surgiu o desafio de comunicar, criar laços no mundo digital onde a juventude já é protagonista.

“É mais fácil e divertido utilizar a internet para evangelizar, é a nossa vez de chamar mais jovens”, disse João Mário Cardoso de Melo, 16 anos, do Setor Cântaros. Prova disso foi a facilidade com que os jovens criaram redes sociais no Orkut, Twitter, Facebook e blogs, com a proposta de debater os problemas que a juventude vivencia diariamente na periferia, como a violência, o preconceito.

Após a criação coletiva das redes sociais, os jovens assistiram um filme com o trabalho que as CEBs fazem em toda a Arquidiocese e participaram da missa presidida pelo cônego Manzatto e concelebrada pelo padre José Renato Ferreira, assessor regional e arquidiocesano das CEBs. Acompanhe a juventude das CEBS pelo twitter (@cebsbrasilandia)

domingo, 5 de dezembro de 2010

Juventude da Brasilândia debate comunidades virtuais

Realizado pelo 5° ano consecutivo, o retiro da Juventude das CEBs, acontece hoje (05/12), na Comunidade Sagrada Família, em Perus. São jovens de várias partes da Região Brasilândia que se reunem para refletir sobre o tema "Da Comunidade Virtual para a Concreta Comunidade de Jesus, a experiência das CEBs".

A juventude conta com a assessoria do conego Antonio Manzatto, doutor em Teologia pela Universidade de Lovaina, Bélgica e professor titular na Faculdade de Teologia, que nesse momento relembra a trajetória do jovem missionário Pedro Yamaguchi, morto este ano no norte do país. Manzatto também fala do exemplo das CEBs, que unem aquilo que celebram na fé à vida cotidiana.