terça-feira, 31 de maio de 2011

Lideranças das CEBs de SP repudiam execução de defensores da Amazônia

Foto: Luciney Martins / Colegiada das CEBs - Sul 1 da CNBB
Durante Colegiada em SP, lideranças das CEBs de todo o Estado planejam atividades e refletem sobre desafios a serem enfrentados

Karla Maria
jornal O SÃO PAULO


Nos dias 28 e 29, a Comunidade Moisés Libertador, na região Episcopal Belém acolheu representantes das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), dos oito sub-regionais que compõem o Regional Sul 1 para sua colegiada.
As lideranças contaram com a assessoria de dom Angélico Sândalo Bernadino que fez uma análise da atual conjuntura eclesial, apontando as CEBs como uma forma privilegiada de se viver a Igreja como comunidade. Apontando a necessidade de as lideranças persistirem nesse modelo de Igreja, que está atenta à realidade de seu povo e disposta a se organizar para conquistar a dignidade dos mais excluídos.
“As nossas identidades e missão se encontram e dão-se as mãos às causas do movimento popular, porque são as causas dos pobres, marginalizados, é a causa do reino de Deus”, disse Sérgio Coutinho, assessor do Setor CEBs da CNBB. Por isso, a manifestação das CEBs diante dos assassinatos ocorridos em Nova Ipixuna, no Pará. “Para nós a morte de uma liderança é uma tristeza enorme, defensores da natureza, da vida, foram assassinados covardemente, por essa direita que insiste em querer o Brasil para meia dúzia. Os nossos governantes não conseguem garantir a dignidade das nossas lideranças que estão ameaçadas de morte”, disse padre Severino Leite Diniz, da Diocese de Lins.
A vivacidade das CEBs está registrada em documentos da Igreja, como o de Aparecida, em 2007 - capítulo 5, números 178,179 e 180, e no Documento 92 da CNBB: “Mensagem ao Povo de Deus sobre as CEBs”, resultado do 12° Intereclesial das CEBs, realizado em julho de 2009, quando reuniu mais de 3 mil coordenadores de CEBs.
Segundo Sérgio Coutinho, as CEBs entrarão nas novas Diretrizes da Ação Evangelizadora no Brasil (2011 e 2015), que apontam cinco urgências: Igreja em Estado permanente de missão; Igreja casa da iniciação à vida cristã; lugar de animação bíblica e da vida pastoral; Igreja comunidade de comunidades; Igreja a serviço da vida plena. O assessor apontou ainda a necessidade das CEBs se atentarem à juventude. “Como atrair mais jovens e nos aproximarmos mais deles, em suas diversas realidades (campo, cidade, periferia...)? Essa deve ser também a nossa preocupação”, disse Sérgio.
Outro ponto discutido durante a assembleia foi a diminuição de vocações surgidas nas CEBs. Para Liz Marques, da coordenação estadual e membro da Comunidade Moisés Libertador afirmou que os padres precisam estar mais próximos da realidade do povo, como a que vive em sua comunidade com padre Omir Oliveira. Para ele, “as CEBs e a Moisés Libertador de modo especial, é uma comunidade que tem esse compromisso com a vida, é uma comunidade de pé no chão. As CEBs vêm do povo a partir de uma proposta evangélica, é um jeito todo próprio”, disse o padre avaliando que após ter acolhido a colegiada, à Moisés Libertador fica a certeza de que a CEB não está morrendo como tantos estão falando, pelo contrário, está bem viva”.

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