Padre José Aécio Cordeiro |
Lideranças de pastorais, movimentos, reeducandos, colegas padres e bispos homenagearam o jubilando
“Padre Aécio: profeta do Reino, homem do povo, amigo dos pobres”, assim trazia o banner em homenagem ao padre José Aécio Cordeiro, dia 2, na Paróquia São José, para celebrar seus 25 anos de sacerdócio. A celebração foi presidida pelo jubilando e concelebrada por dom Angélico Sândalo Bernadino, bispo emérito da Diocese de Blumenau (SC), por dom Milton Kenan Junior, bispo regional, padre Konrad Körner, padre Neil Charles Crombie e outros cerca de 10 padres amigos de formação e vida pastoral.
Marcada pela simplicidade e pela emoção, a missa foi preparada pela Comissão Regional das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e destacou a atuação do padre na periferia da Brasilândia, junto às CEBs, na Pastoral Carcerária, na luta com o movimento dos Queixadas, no Sindicato dos Bancários, contra a instalação de aterro sanitário em Perus, nas comunidades e paróquias pelas quais passou. No presbitério, as imagens de São José e Nossa Senhora Aparecida eram acompanhadas por cactos; a bandeira da Legião de Maria apontava o início da trajetória na Paróquia de Cruz das Almas; a foto da avó, Maria Cordeiro, o exemplo; o banner da Pastoral Carcerária trazia a imagem do ‘pai’, padre Antonio Macedo. Tudo simbólico e tudo simples, como a vida do pernambucano, que chegou a São Paulo em 1965, ordenado diácono em 21 de março de 1986 e sacerdote em 7 de dezembro do mesmo ano.
Filho de Lázaro e Marili, um dos dez filhos, aos 53 anos, e ainda calçando as sandálias de romeiro, padre Aécio, politizado, presente nas lutas sociais e referência de cidadania para algumas gerações, já foi vítima da truculenta polícia militar paulista em 1979, sendo gravemente ferido por assumir posições na defesa dos direitos humanos. “Padre Aécio foi profeta, lutou conosco por moradia, educação, por saúde, foi perseguido e ameaçado de morte, e até torturado”, lembrava uma das mulheres na oração dos fiéis. Outra mulher destacou “o Aécio faz com que a gente tenha os pés no chão, construa uma maturidade política. Muitas vezes, eu pensei em desistir de estudar na graduação, na pós, mas ele sempre estava lá ‘não desista, você é capaz e precisa estudar’. Se hoje eu sou a profissional e a cidadã, que eu sou, eu devo isso a ele”, disse Massilene Almeida Leite.
Para o cônego Antonio Manzatto, professor de teologia da PUC-SP, padre Aécio “sempre está junto com o povo, e trabalha por uma Igreja popular, não-elitista, que acredita na união da força dos pequenos”. Sebastião Silva de Souza, liderança dos Queixadas, confirma essa presença. “O Aécio dá às pessoas, o sentido da importância de que Igreja não é o prédio, mas sim, cada um de nós, inseridos na luta do povo pobre”. Toda a militância vê-se, é alimentada pelo Evangelho, lembra padre José Renato Ferreira, que fez parte desses 25 anos. “O Aécio é muito sério nos seus compromissos sacerdotais, no seu compromisso de aliança com o povo pobre, com uma permanente revisão pastoral e de fidelidade ao Evangelho”.
A celebração terminou com a fala de José Domingos da Cruz, que depois de cumprir 14 anos de pena, no sistema prisional, encontrou no padre Aécio forças para recomeçar. “Se estou aqui hoje, com dignidade, devo ao padre Aécio, à Pastoral Carcerária, que acreditou em mim, que me fortaleceu”. Os bispos também registraram: “O Aécio é um homem coerente com a sua palavra, saiba que você é precioso para a Região Episcopal Brasilândia, muito obrigado, que Deus o abençoe e o conserve com a sua coerência e sua luta pelo povo”, afirmou dom Milton. Dom Angélico foi categórico “padre Aécio é missionário de Jesus na construção do Reino de Deus feito de justiça, amor e paz”.
Rodoanel Trecho Norte
O Fórum Regional sobre o Rodoanel esteve reunido na terça-feira, 29 de novembro, na Paróquia Santos Apóstolos, para manter as mobilizações contra o traçado da via. Os integrantes do fórum, com o apoio de dom Milton Kenan Junior, solicitarão, novamente, uma reunião com o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, para tratar da questão. Está sendo elaborada uma cartilha para conscientizar as comunidades sobre os impactos ambientais, pastorais e sociais
Publicado na edição n° 2879 de O SÃO PAULO
Publicado na edição n° 2879 de O SÃO PAULO
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