Participam do Intereclesial representantes das comunidades eclesiais de base, engajados em movimentos sociais, em defesa da vida e da ecologia. Os Povos Indígenas também marcam presença no Intereclesial. “Acreditamos que unidos às CEBs estaremos mais fortalecidos. Viemos mostrar que nós existimos e resistimos, que nós somos a Amazônia, que nós somos o Brasil”, afirmou Maria Eva, do povo Kanoé, uma das lideranças indígenas de Guajaramirim, que fica há cerca de 300kilometros de Rondônia, na fronteira com a Bolívia.
Além do povo Kanoé, outros 37 povos articulados pelo CIMI – Conselho Indianista Missionário, se reuniram no dia 20/07, na Escola Municipal São Miguel, em Porto Velho, para divulgar a Campanha Povos Indígenas na Amazônia – Presente e Futuro da Humanidade. A Campanha foi lançada em Belém do Pará durante o Fórum Social Mundial e agora está em fase de divulgação, com um direcionamento mais político, enfrentando temas como o Estatuto dos povos Indígenas, mudanças em relação à estrutura pública e de saúde indígena.
Segundo seus organizadores, o objetivo da Campanha é sensibilizar a sociedade sobre a realidade sócio-ambiental e a experiência histórica dos povos indígenas e das comunidades tradicionais. Denunciar as ameaças à vida dos povos da Amazônia, fortalecer e garantir os direitos territoriais e exigir a proteção da vida dos povos indígenas às autoridades competentes. Para Aroldo Pinto do Espírito Santos, uma das lideranças em Porto Velho, que defende os povos indígenas, o Intereclesial é um importante evento. “Precisamos mostrar a resistência diante destes grandes projetos, como o PAC, que estão aterrorizando, destruindo e desmatando. As principais vítimas são os povos indígenas. Esse é um espaço para mostrar seu grito e clamar por justiça”. Segundo Masson Norman Reis, do CIMI, já estão reunidos em Porto Velho os povos Anara, Cujubim, Tupari, Makurape, Nambikuara, Karitiana, Oro Warian Xijein, Xerente, Rikbaktsa, Kanoé, Munduruku, Oro Mon, Arap’um, Guarani, Pataxó, Jaboti (Djorometdi), Arikapu, Kulina, Oro Waje, Bororo, Cassupá, Kaxinawa, Wapixana, Terena eTupinambá, das regiões do Mato Grosso, Pará, Tocantins, Acre, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Roraima e Rondônia.
A Cerimôniade abertura foi também marcada pelos presença e pelo clamor dos povos indígenas, que se juntaram ao grito dos povos ribeirinhos, dos seringueiros, quilombolas e migrantes de todo o Brasil, que lutam por vida, justiça e respeito por suas escolhas, opções de vida e autonomia.
As CEBs tem papel fundamental nesta luta, respeita a diversidade cultural e religiosa destes povos da Amazônia e se une para conquistar os direitos já garantidos pela Constituição Federal e mais do que isso, pelo Criador.
** Estive em Porto Velho- RO como delegada da Região Episcopal Brasilândia, da Arquidiocese de São Paulo, Regional Sul 1 e como correspondente da Revista Missões.
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